1a. fase em São Paulo, apresentação "E eu disse:", CCSP


Foi a primeira vez que pudemos ficar em cartaz com o "E eu disse:", entre 15 e 18 de abril de 2010, na sala Paulo Emílio, do Centro Cultural São Paulo.
Foram somente 4 dias, mas foi bem importante e muito gostoso também.

A montagem no dia anterior `a estréia fez uma boa diferença na qualidade e tranquilidade de podermos trabalhar profissionalmente. Agradecemos o profissionalismo dos técnicos de som e luz e da administração do CCSP.

A rotina de chegar no teatro do Centro Cultural São Paulo no fim da tarde, ter tempo de tomar um cafezinho básico, ter tempo para aquecer o corpinho e as ideias e acertar alguns detalhes artísticos, foi muito bom. Sem contar que tivemos um público amigo, simpático e participante.

No sábado, tivemos uma conversa com o público bem diversificada e profunda também. Vou postar a conversa na íntegra, assim que descobrir como fazê-lo. Conversamos sobre a visibilidade na dança de elementos do Aikidô e de treinamentos corporais afins, que a espectadora Priscila, minha amiga, disse ter percebido na movimentação, sobretudo da última cena. A artista Mara Guerrero me fez pensar sobre a escolha de ter momentos de interação direta com público, algo que é recorrente, posso dizer quase inevitável, nos meus trabalhos. Observou também que essas interações não são necessariamente coletivas, já que eu pontualmente me relaciono com algumas pessoas do público, na hora da cena do espelho e da etiqueta. Agora posso dizer que realmente me interessa e me dá prazer poder me relacionar, sentir o indíviduo, naquele momento ao mesmo tempo público e privado. Não é somente uma questão de acentuar a individualidade, participação do outro/público na construção do momento da performance. Acho que tem sim a ver com uma ambiguidade entre o público e o privado. Uma  espectadora desavisada disse que foi assistir a apresentação sem saber do que se tratava, mas como era gratuito resolveu arriscar e ficou muito feliz de ter visto dança contemporânea :0) Mencionaram também que o assunto proposto pelo "E eu disse:" é ao mesmo tempo colocado de uma forma leve, mas que "dá um tapa na cara" da gente. Por conta de umas questões colocadas por um artista, acabei falando também do processo de criação da "trilogia da japonesa", que começou em 2004 com o ateliê 'Rastros Mutantes do Corpo", passando pelo "Disseram que eu era japonesa", "E eu disse:" (2007) e "O Japão está aqui?" (2008). Durante a temporada também tivemos as conversas de "corredor", pós-apresentação e pudemos ver como determinados momentos/cenas reverberam mais ou menos em cada pessoa, de acordo com sua história e perfil, mas que se sentiram tocados ora pelo tema, ora pela auto-reflexão ou questões estéticas da dança.

Fiquei contente de perceber que, apesar do trabalho ser de 2007 e tratar de questões que já foram abordadas por outros artistas em diferentes linguagens, o solo  ainda  tem repercussão nas pessoas. Faz sentido continuar a apresentá-lo :0)

Pode parecer óbvio, mas para o trabalho cênico crescer, evoluir e se revelar na sua integralidade precisa "estar na cena", nós da dança precisamos batalhar por temporadas de verdade!!!
Alguém tem ideia de como podemos fazer isso?

Comentários

  1. Olá minha amiga, "querida"!!!

    Adorei ler esse retorno que publicou. Minha ideia de como fazer uma temporada de verdade é continuar(em) fazendo dança contemporânea.

    Não pude estar nessas apresentações, mas certamente quero trazê-la pra SJCampos, outra vez.

    bjbj
    julio saggin

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  2. Oi, Letícia!
    Que delícia ler o relatório do processo da 1ª fase do "E eu disse". Parece um diário repleto de emoções de quem demonstra à flor-da-pele que gosta do que faz!!!
    PARABÉNS!

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  3. Oi, Júlio! Oi, Márcia!
    Estamos na batalha, mas felizes, né?
    Obrigada pelos comentários :0)
    Até a próxima!

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